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sábado, 11 de fevereiro de 2017

Carnaval Dionísio Domesticado

O Carnaval � a festa profana mais antiga que se tem registro, provavelmente, com o sentido atual de folgan�a coletiva e invers�o das posi��es sociais, j� existe h� mais de tr�s mil anos. As suas ra�zes mais remotas encontram-se na Gr�cia Antiga, no culto a Dion�sio, o deus da vindima, que mais tarde foi celebrado em Roma como Baco, espalhando-se para os pa�ses de cultura neolatina.

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Aparece o deus bastardo
"...o esp�rito apol�neo conseguiu, por meio da sua ilus�o, uma vit�ria completa sobre o elementos dionis�aco primordial...."
F. Nietzsche - A Origem da Trag�dia, 1886
As Origens Primordiais da Festan�a
Dion�sio, mais conhecido entre n�s como Baco, era um deus bastardo para os pag�os. Perambulara por muito tempo pela �sia Menor at� que, conta a lenda, pelas m�os do sacerdote Melampo, introduziu-se nas terras gregas. Tornou-se um sucesso. Conforme as planta��es de parreiras se espalhavam pelas ilhas da Gr�cia e pela regi�o da Arc�dia, mais gente o celebrava. Em todas as festas no campo ele se fazia cada vez mais presente. Por essa altura, j� entronado como deus das vindimas, representavam-no como uma figura humana, s� que de chifres, barbas e p�s de bode, com um olhar invariavelmente embriagado.

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Baco, com a �nfora e com a ta�a
As Bacantes
Consta que as primeiras seguidoras do deus Dion�sio, h� uns 3 ou 3,5 mil anos atr�s, foram mulheres que viram nos dias que lhe eram dedicados um momento para escaparem da vigil�ncia dos maridos, dos pais e dos irm�os, para poderem cair na folia "em meio a dan�as furiosas e gritos de j�bilo", como disse Apolodoro, testemunha duma daquelas festas. Nos dias permitidos, elas, chamadas de coribantes, sa�am aos bandos, com o rosto coberto de p� e com vestes transformadas ou rasgadas, cantando e gritando pelas montanhas gregas. Os homens, transfigurados em silenos e s�tiros, n�o demoraram em aderir �s prociss�es de mulheres e ao "frenesi dionis�aco". A festan�a que se estendia por tr�s dias, encerrava-se com uma bebedeira coletiva em meio a um vale-tudo pansexualista.

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O reino de Baco
Um Mundo Invertido

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Arlequim
Nos primórdios do culto a Dionísio, as autoridades (as cortes, os sacerdotes e os ricos) não gostaram nada daqueles festejos malucos. Entre outras razões porque eram as vítimas favoritas das sátiras. Os festejos bacantes, como � sabido, al�m de serem um teatraliza��o coletiva da invers�o de tudo, serviam como um acerto de contas do povo com os seus governantes. Ainda que metaf�rico e psicol�gico. Neles, o miser�vel vestia-se de rei, o rica�o de pobret�o, o libertino aparece como guia religioso, e a rameira local posava como a mais pura donzela, machos reconhecidos vestem-se como f�meas, e assim por diante. Dion�sio brincalh�o, irreverente e debochado, estimulava que virassem o mundo de ponta-cabe�a.

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Do carnaval veio o teatro

A repress�o fracassou. Foi ent�o que no s�culo VI a.C., Pis�strato, o tirano de Atenas, oficiou-lhe homenagens. N�o s� isso. Construiu-lhe um templo na Acr�pole: o teatro Dion�sio, que est� l� at� hoje. Organizou em seguida concursos de pe�as c�micas ou dram�ticas para celebr�-lo no palco, iniciando assim em Atenas a pol�tica do amparo �s artes c�nicas pelo Estado.

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